Hipertensão renovascular: quando a pressão alta está ligada às artérias renais

A hipertensão renovascular é um tipo de pressão alta causada pelo estreitamento ou obstrução parcial/completa das artérias renais, responsáveis por levar sangue aos rins.

O estreitamento reduz o fluxo de sangue para os rins, estimulando a produção de renina, hormônio que contribui para o aumento da pressão arterial.

O resultado é uma das principais causas de hipertensão secundária, que pode evoluir para insuficiência renal e doenças cardiovasculares graves.

Causas e fatores de risco da hipertensão renovascular

  • Aterosclerose: doença caracterizada pelo acúmulo de placas gordurosas nas paredes das artérias, responsável por cerca de 80% dos casos de hipertensão renovascular, afeta principalmente homens acima de 50 anos e compromete o início da artéria renal. É associada a fatores de risco cardiovascular tradicionais, como tabagismo, diabetes e colesterol alto;
  • Displasia fibromuscular: corresponde a aproximadamente 20% dos casos, sendo mais comum em mulheres jovens. Afeta os segmentos distais da artéria renal e suas ramificações;
  • Outras causas menos frequentes incluem embolia, trauma, cirurgias e compressão por tumores.

Sinais e sintomas

A hipertensão renovascular costuma ser silenciosa, sem sintomas específicos. Em alguns casos, pode-se ouvir um sopro abdominal (som audível durante o exame físico), mas isso ocorre em menos de 50% dos pacientes. Os principais sinais de alerta são:

  • Início súbito de hipertensão grave em pessoas com menos de 30 ou mais de 50 anos;
  • Piora rápida de uma hipertensão antes controlada;
  • Hipertensão resistente a múltiplos medicamentos;
  • Insuficiência renal inexplicada ou piora rápida da função renal;
  • Diferença no tamanho dos rins (>1 cm);
  • Episódios recorrentes de edema pulmonar agudo ou insuficiência cardíaca sem causa aparente.

Diagnóstico da hipertensão renovascular

O diagnóstico começa com exames de imagem não invasivos, como ultrassonografia com Doppler, angiografia por ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC).

A angiografia renal é o exame definitivo, indicada quando há forte suspeita clínica e os exames iniciais são inconclusivos ou sugerem lesão passível de intervenção.

Tratamento

O tratamento da hipertensão renovascular tem o objetivo principal controlar a pressão alta e preservar a saúde dos rins. O primeiro passo é o uso de medicamentos para baixar a pressão arterial, como os que são usados para tratar hipertensão em geral (por exemplo, diuréticos, inibidores da ECA, bloqueadores dos canais de cálcio e betabloqueadores). 

Além disso, é fundamental cuidar de outros fatores de risco, como diabetes e colesterol alto.

Quando os medicamentos isoladamente não controlam a pressão ou quando há risco de perda da função dos rins, o médico pode indicar procedimentos para desobstruir a artéria renal. O mais comum é a angioplastia, procedimento minimamente invasivo para abrir a passagem do sangue na artéria. Em alguns casos, um stent (uma pequena malha metálica) é colocado para manter a artéria aberta por mais tempo.

A angioplastia com balão costuma ser indicada para pessoas com displasia fibromuscular, enquanto a angioplastia com stent é mais usada quando o problema é causado por placas de gordura (aterosclerose). 

Em situações mais graves, quando os outros tratamentos não funcionam, pode ser necessária uma cirurgia para redirecionar o fluxo de sangue ao redor da artéria bloqueada.

Todo o tratamento para hipertensão renovascular deve ser individualizado, com ponto de partida nos medicamentos e, se necessário, avançando para procedimentos cirúrgicos, sempre buscando a melhor forma de controlar a pressão e proteger os rins.

Prognóstico

Sem tratamento, o risco de complicações é semelhante ao da hipertensão primária não controlada, incluindo insuficiência renal crônica e eventos cardiovasculares. 

O controle rigoroso da pressão e o tratamento adequado da causa subjacente são essenciais para melhorar a qualidade de vida do paciente.

A hipertensão renovascular é uma condição potencialmente reversível, mas requer diagnóstico preciso e abordagem individualizada para evitar complicações graves. 

Se você desconfia de algo diferente no seu corpo, procure um especialista. Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença para a sua saúde e qualidade de vida.

O Dr. Fábio Rocha, cirurgião vascular e angiologista, oferece atendimento acolhedor, atento e personalizado, com foco no bem-estar integral. Adepto da slow medicine, ele oferece um atendimento humanizado e altamente especializado, focado no nas necessidades individuais de cada paciente.

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