As doenças vasculares afetam milhões de pessoas em todo o mundo e, embora muitos desses casos possam ser tratados de forma não invasiva ou minimamente invasiva, há situações em que a cirurgia vascular tradicional é a melhor opção.
Hoje, você vai entender em quais casos a cirurgia vascular tradicional é necessária e por que ela ainda é uma parte essencial do tratamento.
A cirurgia vascular tradicional é um procedimento cirúrgico aberto, em que o cirurgião realiza uma incisão para acessar diretamente os vasos sanguíneos afetados.
Diferentemente da cirurgia endovascular, que utiliza cateteres inseridos através de pequenos cortes e é menos invasiva, a cirurgia vascular tradicional requer uma abordagem mais invasiva.
Apesar do avanço das técnicas endovasculares, a cirurgia tradicional ainda é indispensável em várias situações devido à sua eficácia em resolver problemas complexos que as técnicas minimamente invasivas não conseguem tratar completamente.
A cirurgia vascular tradicional é geralmente reservada para casos mais graves ou complexos, em que outras formas de tratamento, como a endovascular, não são viáveis ou eficazes. Veja algumas das principais indicações:
Aneurisma da aorta abdominal (AAA): um dos exemplos mais comuns de quando a cirurgia vascular tradicional é necessária é no tratamento de aneurismas grandes ou de forma irregular, especialmente na aorta abdominal. Se o aneurisma for grande (geralmente maior que 5,5 cm) ou estiver crescendo rapidamente, a cirurgia aberta pode ser indicada para evitar a ruptura, que é uma condição com alto risco de morte. A cirurgia aberta permite ao cirurgião acessar diretamente a aorta e substituir a área dilatada por um enxerto.
Aneurismas torácicos e periféricos: aneurismas na aorta torácica ou em artérias periféricas podem necessitar de cirurgia tradicional, especialmente quando a anatomia do paciente impede a utilização de endopróteses (próteses utilizadas em cirurgias endovasculares).
Doença arterial periférica (DAP): ocorre quando as artérias que levam sangue para os membros (geralmente pernas) ficam estreitas ou bloqueadas, limitando o fluxo sanguíneo. Quando a obstrução é grave e não responde ao tratamento medicamentoso ou à angioplastia (procedimento minimamente invasivo), a cirurgia vascular tradicional pode ser necessária. Um exemplo é a cirurgia de revascularização, em que um enxerto é usado para contornar a artéria bloqueada e restaurar o fluxo sanguíneo adequado para o membro afetado, aliviando sintomas como dor e evitando a perda do membro.
Úlceras e gangrena: em casos de isquemia crítica dos membros, em que a falta de fluxo sanguíneo causa feridas crônicas, úlceras ou até mesmo gangrena, a cirurgia vascular tradicional pode ser o único recurso para salvar o membro. Nesses casos, o procedimento cirúrgico visa a restaurar o fluxo sanguíneo para a área afetada, o que pode envolver a remoção de coágulos, a correção de artérias severamente estreitadas ou o bypass cirúrgico.
Ferimentos abertos e fechados: lesões traumáticas que danificam os vasos sanguíneos, como: cortes profundos, acidentes de carro ou ferimentos por armas de fogo, muitas vezes requerem cirurgia vascular tradicional. O cirurgião precisa reparar diretamente o vaso sanguíneo rompido ou lesionado para restaurar o fluxo de sangue e prevenir complicações graves, como hemorragia interna.
Trombose venosa profunda (TVP): embora a TVP muitas vezes seja tratada com medicamentos anticoagulantes, em casos graves em que há risco de embolia pulmonar (quando o coágulo se desloca para os pulmões), pode ser necessária uma intervenção cirúrgica aberta. Um exemplo é a trombectomia, um procedimento em que o cirurgião remove o coágulo de sangue da veia afetada para restaurar o fluxo sanguíneo normal.
Falha de endopróteses: há situações em que um procedimento endovascular apresenta complicações, como migração da endoprótese ou vazamentos (endoleaks). Nesses casos, a cirurgia aberta pode ser necessária para corrigir o problema e garantir a segurança do paciente.
Endocardite e infecção em enxertos: infecções graves em próteses vasculares (como as usadas em cirurgias de bypass) podem exigir a remoção completa do material infectado através de cirurgia aberta. Este é um procedimento delicado, pois a infecção deve ser completamente erradicada para evitar a septicemia e outras complicações graves.
Uma cirurgia vascular tradicional começa com uma avaliação minuciosa do paciente. Exames de imagem, como ultrassom Doppler, angiografia ou tomografia computadorizada, são utilizados para determinar a extensão da doença vascular e planejar a cirurgia. Uma vez que o paciente é considerado apto para a cirurgia, o procedimento é agendado.
Durante a cirurgia, o paciente é anestesiado. O cirurgião faz uma incisão na pele e nos tecidos sobre a área afetada, abrindo caminho até os vasos sanguíneos que precisam ser reparados. Dependendo da condição a ser tratada, o cirurgião pode realizar uma série de procedimentos, como:
Ressecção e substituição de vasos: em casos de aneurismas, a parte danificada do vaso é removida e substituída por um enxerto sintético.
Bypass arterial: um enxerto é usado para criar uma nova rota para o sangue, contornando uma artéria bloqueada.
Reparo de lesões: em lesões traumáticas, o vaso sanguíneo é reparado diretamente, muitas vezes usando enxertos ou suturas.
Após o procedimento, o paciente é monitorado cuidadosamente na sala de recuperação e, dependendo da complexidade da cirurgia, pode precisar passar alguns dias no hospital para garantir que não ocorram complicações.
Apesar de ser mais invasiva, a cirurgia vascular tradicional tem vantagens significativas em casos em que procedimentos minimamente invasivos não são eficazes.
A cirurgia aberta permite ao cirurgião lidar diretamente com condições vasculares complexas que não podem ser resolvidas através de técnicas endovasculares. Os resultados das cirurgias tradicionais tendem a ser duradouros, especialmente em casos de revascularização ou reparo de aneurismas.
O mais importante de tudo é que quem irá decidir se a cirurgia tradicional é indicada ou não será o cirurgião vascular. De acordo com o histórico de cada paciente, ele irá determinar o melhor tipo de tratamento.
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