Quais são os mitos e as verdades sobre o AVC?

O AVC, conhecido também como “derrame”, é uma condição médica que necessita de atendimento urgente para minimizar seus danos. Ele ocorre quando o fornecimento de sangue ao cérebro é interrompido

Segundo o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), em 2024 o número total de óbitos por AVC foi de 85.427 casos no Brasil. No mundo, o AVC ocupa a segunda posição entre as principais causas de morte, sendo responsável por cerca de 11% dos óbitos, segundo dados do DATASUS. 

Além disso, foi observado um aumento significativo de ocorrências de AVC em jovens.  Dados de 2024 da Rede Brasil AVC, revelaram que cerca de 18% dos casos da doença atingiram adultos de 18 a 45 anos.  

Esse cenário reforça a importância de esclarecer os mitos sobre o AVC, reconhecer seus sintomas reais e entender como funciona o tratamento após um episódio. 

Pensando nisso, o blog do Dr. Fábio Rocha reúne as principais informações sobre a condição e os cuidados necessários. Confira!

O que é AVC?

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando há uma alteração no fluxo sanguíneo para o cérebro, causando a morte das células nervosas na área afetada.

Essacondição pode ser causada por uma obstrução dos vasos sanguíneos, chamada de acidente vascular isquêmico (AVCI), chamado também de infarto cerebral, ou por uma ruptura do vaso sanguíneo, conhecida como acidente vascular hemorrágico (AVCH).

Cerca de 80% dos casos de AVC são do tipo isquêmico (AVCI). Nesse caso, o bloqueio dos vasos cerebrais pode ocorrer por trombose, que é a formação de placas em uma artéria cerebral principal, ou por embolia, quando um trombo originado de uma placa de gordura em outra parte do corpo se desprende e atinge os vasos do cérebro.

Já o AVCH ocorre quando há rompimento dos vasos sanguíneos no interior do cérebro, a chamada hemorragia intracerebral.  Em alguns casos, pode acontecer a hemorragia subaracnóide, que é o sangramento entre o cérebro e a aracnóide. Essa condição provoca aumento imediato da pressão intracraniana, o que dificulta a circulação sanguínea em áreas não afetadas e pode agravar ainda mais a lesão.

Quais são os principais mitos sobre o AVC?

Há muitos mitos relacionados ao AVC, atrapalhando a prevenção, a identificação dos sintomas e o tratamento. Os principais são: 

  • AVC só acontece em idosos: mesmo que ocorra com mais frequência após os 60 anos, o AVC também pode ocorrer em jovens e até em crianças, principalmente quando existem fatores de risco;
  • AVC só ocorre em quem tem histórico familiar da doença: ter histórico de AVC na família aumenta o risco, porém condições como colesterol alto, hipertensão e diabetes são os fatores mais determinantes;
  • Dor de cabeça é o principal sintoma de todo AVC: a dor de cabeça forte e súbita é mais comum no AVC hemorrágico, mas a maioria dos AVCs é isquêmica e não provoca dor de cabeça;
  • O AVC não pode ser prevenido: a maioria dos AVCs pode ser evitada com hábitos saudáveis, com o controle da pressão arterial, glicemia, colesterol, não fumar ou beber abusadamente, praticar atividade física e manter boa alimentação;
  • Se os sintomas passam rápido, não é grave: quando os sintomas somem em minutos ou horas, pode ser um AIT (ataque isquêmico transitório), que é um forte alerta de que um AVC pode acontecer em breve e precisa de atendimento médico imediato;
  • O AVC deixa sequelas permanentes: quanto mais rápido o atendimento, maior a chance de reversão dos sintomas. Algumas pessoas ficam sem sequela alguma;
  • O AVC não tem recuperação: muitos pacientes melhoram com tratamento rápido, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. 

Quais são as causas do AVC?

Muitos casos de AVC estão relacionados a condições crônicas e fatores de risco que favorecem a obstrução das artérias, podendo acontecer em pessoas de qualquer idade. 

Entre as causa mais comuns do AVC, destacam-se:

  • Abuso de álcool, drogas ou medicamentos;
  • Arritmias;
  • Colesterol alto;
  • Diabetes;
  • Hipertensão arterial;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Obesidade. 

Algumas causas menos frequentes, mas que também podem causar o AVC, incluem: 

  • Doenças das válvulas cardíacas;
  • Distúrbio de coagulação sanguínea;
  • Ferimentos no pescoço ou na cabeça; 
  • Ruptura de aneurisma cerebral.

Quais são os sintomas do AVC? 

Os sintomas do AVC podem variar dependendo da região do cérebro afetada, mas alguns sinais são clássicos e devem ser observados imediatamente. Os sinais de alerta mais comuns são: 

  • Boca torta;
  • Confusão mental;
  • Diminuição da força ou perda de sensibilidade em um dos lados do corpo;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Desorientação;
  • Fala confusa e arrastada;
  • Vertigem ou tontura. 

Quais são as sequelas do AVC?

Reconhecer os sintomas mencionados rapidamente pode salvar vidas e reduzir sequelas, que incluem: 

  • Assimetria da face;
  • Alterações na visão;
  • Dificuldade na comunicação (alteração na altura,tom de voz ou na fala);
  • Dificuldade em engolir alimentos;
  • Incontinência urinária e/ou fecal
  • Crises de convulsão. 

É importante frisar que as sequelas do AVC podem ser revertidas, porém, o processo de recuperação depende de vários fatores, como rapidez no atendimento médico, local afetado, extensão da lesão e também ao tratamento pós-AVC.  

Como é o tratamento pós-AVC? 

A reabilitação após a ocorrência do AVC serve para tratar e minimizar as sequelas que a condição pode provocar, promovendo maior qualidade de vida e bem-estar ao paciente. 

O tratamento inclui fisioterapia (para melhora da força e equilíbrio), fonoaudiologia (para fala e deglutição de alimentos), terapia ocupacional (auxilia no fortalecimento para atividades diárias), medicamentos (normalmente são anticoagulantes, antidepressivos e anticonvulsivantes) e alguns dispositivos e tecnologia (órteses e estímulo à plasticidade cerebral, que compensam a área lesionada e reorganizam o cérebro). 

Esses tratamentos têm como objetivo a recuperação funcional, auxiliando os pacientes à reaprenderem as habilidades que foram perdidas pelo AVC e a ganharem maior independência nas práticas diárias. 

O planejamento do tratamento dependerá da parte do corpo  e das funções afetadas pelo AVC. Essas abordagens são muito importantes e envolvem diversos profissionais, inclusive o cirurgião vascular

Como o cirurgião vascular pode ajudar no tratamento pós-AVC?

No tratamento pós-AVC, o cirurgião vascular atua na prevenção de novas ocorrências da doença em casos relacionados a artérias cerebrais ou do pescoço, as carótidas

O profissional pode realizar procedimentos como stent de carótida e angioplastia que atuam na restauração do fluxo sanguíneo, e também endarterectomia de carótida para a remoção da placa de gordura que obstrui a artéria.

Além disso, o cirurgião vascular auxilia no acompanhamento de doenças vasculares que podem aumentar o risco de AVC, como aterosclerose, aneurismas e tromboses.

Faça sua consulta com o Dr. Fábio Rocha!

Se você já passou por um AVC ou conhece alguém em processo de recuperação e precisa de acompanhamento para condições vasculares, agende hoje mesmo uma consulta com o Dr. Fábio Rocha.

Adepto a Slow Medicine, o Dr. Fábio Rocha prioriza um atendimento humanizado e com foco no paciente. 

As consultas podem ser agendadas online ou pelo número (16) 99704-7562 (WhatsApp) ou pelo (16) 3442-7562. 

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