Em um mundo em que a velocidade e a eficiência frequentemente dominam o campo da medicina, o conceito de Slow Medicine vai na contramão e indica que desacelerar também é algo bom.
Na tradução simples, Slow Medicine significa “Medicina Sem Pressa”. Ela resgata o tempo como um elemento essencial na abordagem médica. O tempo para ouvir. A Slow Medicine começa com uma escuta atenta e respeitosa do paciente, enfatiza o raciocínio clínico e o cuidado centrado em cada pessoa.
É o caminho para um tratamento sóbrio, respeitoso e justo. A Slow Medicine busca um relacionamento sólido com os pacientes e uma convivência que envolve também a família. Essa relação se estende ao longo do tempo, permitindo a criação de laços estreitos e duradouros, para que todos se conheçam e se familiarizem uns com os outros. Tudo isso contribui para resultados melhores para o paciente.
Quando se fala em medicina sóbria, fala-se na capacidade de agir com moderação, gradação, essencialidade utilizando os recursos disponíveis de forma adequada e sem desperdícios, respeitando o meio ambiente e protegendo o ecossistema.
O cirurgião vascular Fábio Rocha, graduado em Medicina pela USP (Universidade de São Paulo / Ribeirão Preto), com residência médica em Cirurgia Geral, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, acha a Slow Medicine fascinante. “Eu buscava um ressignificado em minha carreira médica, e assim descobri a Slow Medicine em 2016. Desde lá venho praticando com meus pacientes no dia a dia”, diz.
Fábio Rocha conta que a Slow Medicine busca a essência da arte de cuidar. “A construção de laços estreitos e duradouros com os pacientes nasce a partir de uma vivência mais próxima, acolhedora e transparente. Esta é uma das bases da minha atuação profissional na busca pela cura, que vai além do paciente em si, permeando a esfera da família e de toda sua comunidade.”
Ao todo são 10 princípios que norteiam a Slow Medicine.
1- Tempo: é preciso ter tempo para ouvir, refletir e compreender. Quando o atendimento é feito sem pressa, as tomadas de decisões são mais assertivas.
2 – Individualização: nesse caso ela é benéfica, afinal, cada paciente é único. Tratar sem generalidade e manter a pessoa no foco faz o paciente se sentir acolhido e confiante no diagnóstico e tratamento proposto.
3 – Autonomia e Autocuidado: decisões em conjunto. A base está nos valores, expectativas e preferências do paciente. O ambiente de cuidado envolve sua família, vizinhos, amigos e outras redes de apoio.
4 – Conceito positivo de saúde: neste conceito, que vai além da definição tradicional de saúde da OMS (um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença), o foco está no autocuidado e na resiliência, priorizando a saúde em vez da doença, e enfatizando os cuidados preventivos e a manutenção da qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde.
5 – Prevenção: uma alimentação balanceada é a base para uma vida saudável. Exercícios físicos regulares, pensamento positivo e flexibilidade mental são essenciais para manter o cérebro em bom funcionamento.
6 – Qualidade de vida: fazer mais não significa necessariamente fazer melhor. É mais importante investir em qualidade do que em quantidade, aceitando o que é inevitável. É preciso considerar a sabedoria da observação clínica e a arte de não intervir desnecessariamente.
7 – Medicina Integrativa: aproveitar o que há de melhor na medicina convencional, sempre que indicada, e a medicina complementar, quando possível e baseada em evidências. A segurança deve vir em primeiro lugar, com eficácia sempre que possível. Evitar metáforas de combate à doença, focando em recuperação, equilíbrio e harmonia.
8 – Segurança em primeiro lugar: lembrar sempre do juramento de Hipócrates: “Primeiro, não causar dano” e “em caso de dúvida, abstenha-se”. A segurança do paciente deve ser prioridade.
9 – Paixão e compaixão: resgatar a paixão pelo ato de cuidar e o sentimento de compaixão na prática médica. Buscar continuamente a humanização no cuidado à saúde.
10 – Uso parcimonioso da tecnologia: as inovações tecnológicas devem auxiliar no autocuidado e ajudar o médico a tomar as melhores decisões para melhorar a qualidade de vida do paciente.
É preciso ouvir com atenção as queixas, mas também explicar detalhadamente o que está acontecendo e qual o passo a passo do tratamento. Saber ouvir e saber explicar leva mais tempo, e, por isso, a consulta tende a ser mais demorada.
“A consulta leva o tempo que tiver que levar. Não existe um tempo cronometrado. Cada paciente tem seu tempo, e cabe ao médico saber compreendê-lo e respeitá-lo”, conta.
Ele diz também que o médico tem que se colocar na mesma posição que o paciente. “Com isso, quem busca tratamento estará aberto para contar suas dores e medos e para ouvir e compreender o que o médico tem a dizer. Você não está lá para falar apenas o que tem que ser feito. Quando o profissional da saúde sabe ouvir com paciência e atenção, gera uma confiança muito maior. É mais fácil o paciente aderir ao tratamento dessa forma”, complementa.
O médico explica ainda que “desenvolver laços estreitos entre o médico, pacientes e familiares, com certeza, facilita o entendimento das doenças e aflições de quem busca ajuda. Sendo assim, temos um tratamento mais assertivo e respeitoso, com empatia, cuidado e toda atenção devida”.
O desconhecido causa uma certa aflição. “Deixar o paciente seguro com as informações aumenta as chances dele concordar em seguir com o tratamento”, finaliza.
Se você se identificou com este tipo de atendimento e busca um cirurgião vascular que seja adepto da Slow Medicine para tirar alguma dúvida, fazer um diagnóstico ou iniciar um tratamento, entre em contato com a equipe do doutor Fábio Rocha para agendar uma consulta. Para marcar uma avaliação, clique aqui.
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