A associação entre câncer e trombose é uma realidade cada vez mais reconhecida na prática clínica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACVSP), “a incidência de casos [de trombose] é de cinco a sete vezes maior do que em pessoas saudáveis, e estima-se que de 4 a 20% das pessoas com câncer [desenvolverão], sobretudo nas fases iniciais do diagnóstico, no pós-operatório de cirurgias de grande porte, quando o paciente necessitar de internação ou precisar ficar acamado”.
Compreender essa relação é fundamental para prevenir complicações graves e garantir mais segurança durante o tratamento oncológico.
A seguir, entenda por que o câncer aumenta o risco de trombose e como o acompanhamento vascular pode contribuir para o cuidado integral desses pacientes.
O câncer é reconhecidamente um dos principais fatores de risco para trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
Células tumorais liberam substâncias pró-coagulantes, como microvesículas contendo fator tecidual e mucinas, que ativam diretamente a cascata de coagulação e promovem a formação de coágulos.
A ativação de plaquetas e a liberação de partículas pró-coagulantes por células tumorais desempenham papel central no aumento do risco trombótico em pacientes oncológicos.
Tratamentos como quimioterapia, radioterapia e o uso de cateteres centrais provocam inflamação e lesão endotelial, aumentando ainda mais a tendência à trombose.
A imobilização prolongada, comum após cirurgias ou hospitalizações, favorece a estase venosa (estagnação ou acúmulo de sangue nas veias). Tumores de pâncreas, pulmão, cérebro, estômago e ovário estão entre os que apresentam maior risco de eventos tromboembólicos.
Essa combinação de fatores genéticos, terapêuticos e clínicos explica por que a trombose é considerada a segunda causa de morte em pacientes com câncer, ficando atrás apenas do próprio câncer.
Nos últimos anos, os tratamentos para trombose em pacientes com câncer avançaram bastante.
Durante muito tempo, a heparina de baixo peso molecular (HBPM) foi o padrão, pois é eficaz e segura para a maioria dos pacientes.
Hoje, também existem os anticoagulantes orais diretos (DOACs), como apixabana, rivaroxabana e edoxabana, que são práticos e igualmente eficazes para muitos casos.
É importante lembrar que, em pacientes com câncer do aparelho digestivo, os DOACs podem aumentar o risco de sangramento, e a HBPM continua sendo, nesse caso, a melhor opção.
As principais recomendações internacionais sugerem o uso de anticoagulantes por pelo menos três a seis meses, podendo ser prolongado enquanto o câncer estiver ativo.
Novos medicamentos, como os inibidores do fator XI, estão sendo testados e podem trazer ainda mais segurança no futuro.
O acompanhamento médico é fundamental para escolher o melhor tratamento e ajustar a dose conforme as necessidades de cada paciente.
O cirurgião vascular é fundamental para identificar precocemente o risco de trombose, avaliar fatores clínicos e biomarcadores (como D-dímero) e individualizar a decisão sobre profilaxia e tratamento.
Ele orienta a escolha do anticoagulante mais adequado, considerando o tipo de câncer, o risco de sangramento e possíveis interações com o tratamento oncológico.
No acompanhamento de pacientes com trombose diagnosticada, o cirurgião vascular monitora a adesão ao tratamento, ajusta doses e previne recorrências, contribuindo para a segurança e eficácia do tratamento oncológico.
Sua integração à equipe multidisciplinar é parte essencial do cuidado integral e de qualidade ao paciente com câncer.
A relação entre câncer e trombose é bem documentada e impacta diretamente o prognóstico e a segurança do tratamento oncológico.
O reconhecimento dos mecanismos envolvidos e a aplicação de estratégias de prevenção e manejo adequadas reduzem complicações e melhoram os resultados.
Contar com um cirurgião vascular especializado em trombose associada ao câncer não é opcional, é parte indispensável de um cuidado multidisciplinar de excelência.
Cada paciente é único, e por isso é muito importante o médico saber ouvir para fazer o melhor diagnóstico e indicar o melhor tratamento. O cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha, adepto da Slow Medicine, está pronto para atender e esclarecer todas as dúvidas. Entre em contato com a equipe e agende uma consulta.
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