Ateromatose carotídea: um risco silencioso para a saúde do cérebro

A ateromatose carotídea é um problema que, apesar de muitas vezes não causar sintomas, pode colocar a vida em risco. As artérias carótidas, localizadas no pescoço, são responsáveis por levar sangue ao cérebro e, quando sofrem algum problema, podem causar um quadro silencioso, porém perigoso.

Entender como essa condição surge e suas possíveis consequências pode ser a chave para prevenir complicações graves.

Neste texto, você entenderá em detalhes o que é a ateromatose carotídea, quais são suas causas, os sintomas mais importantes, como deve ser conduzido o tratamento e, principalmente, como adotar estratégias eficazes de prevenção.

O que é ateromatose carotídea

A ateromatose carotídea é o estreitamento das artérias carótidas, que ocorre geralmente devido ao acúmulo gradual de placas formadas por colesterol, gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes desses vasos. 

Esse acúmulo reduz o diâmetro interno da artéria, dificultando a passagem do sangue do coração para o cérebro. O processo é desencadeado por uma série de reações inflamatórias que lesionam o revestimento interno das artérias, facilitando o depósito dessas substâncias.

Com o estreitamento progressivo, o fluxo sanguíneo é comprometido e o risco de formação de coágulos aumenta. Fragmentos dessas placas podem se desprender e viajar para vasos menores no cérebro, causando obstruções que levam ao acidente vascular cerebral (AVC).

Nos estágios iniciais, a ateromatose normalmente não apresenta sintomas e é frequentemente detectada somente quando já existem complicações. Por isso, o conhecimento sobre os fatores de risco e a realização de exames preventivos, como o ultrassom Doppler das carótidas, são essenciais para identificar o grau de comprometimento e direcionar o tratamento adequado.

Causas e fatores de risco

A principal causa da ateromatose carotídea é a aterosclerose, doença crônica que resulta do acúmulo de placas nas artérias. Hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes e tabagismo são considerados os maiores responsáveis por acelerar este processo. A idade avançada também contribui, já que os danos vasculares tendem a se acumular ao longo do tempo.

A ateromatose carotídea é mais frequente em homens mais velhos, o que reforça a necessidade de atenção redobrada nesse grupo. Uma alimentação rica em gorduras saturadas, o sedentarismo e o excesso de peso contribuem para a formação das placas. O histórico familiar de doenças cardiovasculares aumenta ainda mais o risco, indicando predisposição genética. O controle rigoroso desses fatores é essencial para retardar o avanço da doença e reduzir eventuais complicações.

Ambientes com alto nível de estresse crônico e doenças inflamatórias crônicas também podem colaborar para a progressão da aterosclerose. Por isso, o acompanhamento médico regular é fundamental para identificar precocemente qualquer alteração e traçar estratégias de intervenção.

Sintomas da ateromatose carotídea

Na maioria dos casos, a ateromatose carotídea evolui de forma silenciosa, sem sintomas perceptíveis. O problema costuma ser descoberto apenas durante exames realizados por outros motivos, ou diante de complicações agudas, como o AVC isquêmico ou o ataque isquêmico transitório (AIT). Nesses casos, o impacto ocorre devido à redução rápida no suprimento de sangue ao cérebro.

Os principais sintomas de alerta surgem de forma abrupta: perda de força ou sensibilidade em um lado do corpo, dificuldade para falar, confusão mental, perda de visão em um dos olhos ou alterações no equilíbrio. Esses sinais exigem atendimento médico urgente, pois podem indicar um AVC, quadro que requer intervenção rápida para evitar sequelas graves.

Após o evento agudo, episódios de passagem de fraqueza, dormência ou problemas na fala, que melhoram em minutos, devem ser valorizados, pois podem representar AIT. Identificar e tratar esses eventos precocemente é fundamental para evitar comprometimento permanente.

Além do ultrassom Doppler, exames como angiorressonância magnética, angiotomografia ou angiografia digital podem ser solicitados para avaliação complementar.

Tratamento da ateromatose carotídea

O tratamento da ateromatose carotídea depende do grau de obstrução e da presença de sintomas. 

Em casos leves, recomenda-se mudanças no estilo de vida, como parar de fumar, adotar alimentação balanceada e controlar doenças como pressão alta, colesterol elevado e diabetes. Essas medidas buscam reduzir a progressão das placas e manter a circulação cerebral adequada.

Medicamentos específicos são utilizados para controlar os fatores de risco e prevenir a formação de novos coágulos. O acompanhamento médico regular permite ajustar as condutas de acordo com a evolução.

Nos casos graves, com obstrução significativa ou presença de sintomas neurológicos, pode ser indicada intervenção cirúrgica. Os procedimentos mais utilizados são a endarterectomia carotídea, que remove as placas internamente, e a angioplastia com implante de stent, que amplia o canal da artéria. A escolha do método é feita individualmente, avaliando riscos e benefícios.

Prevenção da ateromatose carotídea

A prevenção da ateromatose carotídea baseia-se no controle rigoroso dos fatores de risco já conhecidos. Manter a pressão arterial sob controle, adotar dieta pobre em gorduras saturadas, evitar o cigarro, praticar atividade física e controlar o colesterol e o diabetes são medidas fundamentais. 

Exames periódicos, especialmente em pessoas com histórico familiar ou doenças pré-existentes, possibilitam o diagnóstico precoce.

A educação em saúde e a adoção de hábitos saudáveis desde a juventude contribuem para reduzir significativamente a chance de formação das placas. Consultas regulares com um especialista permitem adaptar as estratégias preventivas a cada perfil.

Cuide da sua saúde vascular

Ateromatose carotídea é uma doença silenciosa, mas potencialmente grave, cuja prevenção e tratamento adequado podem preservar a saúde cerebral e evitar quadros como o AVC. 

Se você apresenta fatores de risco, sintomas ou deseja investir no cuidado preventivo, agende uma avaliação com o cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha, adepto da Slow Medicine

O atendimento com o Dr. Fábio é personalizado e respeita o tempo do paciente, com foco em decisões compartilhadas e cuidado integral. Para agendar uma consulta, clique aqui

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