Slow Medicine: entenda como funciona a medicina com calma

Saber ouvir o paciente e ter parcimônia na prescrição de exames e tratamentos é o princípio fundamental da Slow Medicine

Se você já foi ao médico e teve a sensação de que a consulta foi rápida demais, saiba que você não está sozinho(a). 

Cuidar das pessoas vai muito além de diagnosticar problemas e receitar remédios ou procedimentos para a cura. Saber ouvir atentamente cada paciente faz a diferença na humanização desse atendimento. E isso leva um certo tempo. Por isso, existe a Slow Medicine. Mas você sabe o que é isso?

Slow Medicine

O cirurgião vascular Fábio Rocha, de Ribeirão Preto (SP), explica que Slow Medicine, na tradução literal, é medicina sem pressa. Porém, o conceito vai muito além disso.

Inspirado no movimento Slow Food (Comida Sem Pressa), que vai na contramão dos Fast Foods (Comidas Rápidas), a Slow Medicine surgiu no início dos anos 2000 e tem como objetivo a construção de laços entre médico e paciente.

A construção de laços estreitos e duradouros com os pacientes nasce a partir de uma vivência mais próxima, acolhedora e transparente. Essa é uma das bases da minha atuação profissional na busca pela cura, que vai além do paciente em si, permeando a esfera da família e de toda a sua comunidade”, explica Fábio.

Doenças podem causar muito mais do que apenas sintomas físicos. Normalmente elas também abalam o emocional do paciente e acabam envolvendo parte da família no processo de cura. Compreender tudo isso ajuda no diagnóstico e tratamento.

Fábio conta que é necessário saber ouvir as queixas, mas também explicar detalhadamente o que está acontecendo e quais os próximos passos do tratamento, seja ele com medicamentos ou cirúrgico. 

“Deixar o paciente seguro com as informações do que ele tem e o que será feito é fundamental para estreitar o vínculo com ele e com a família. Quando ele se sente seguro, as chances dele concordar em seguir com o tratamento aumentam”, diz.

O desconhecido causa uma certa aflição. Entretanto, quando se compreende o que se tem, a gravidade, o tratamento proposto e não resta nenhuma dúvida, o paciente fica mais confortável e confiante para seguir adiante.

Saber ouvir e saber explicar leva mais tempo, e, por isso, a consulta tende a ser mais demorada do que aquela mais “convencional”.

“Não existe um tempo estabelecido no relógio. A consulta leva o tempo que tiver que levar. Cada paciente tem seu tempo, e cabe ao médico saber compreendê-lo e respeitá-lo”, conta o médico.

Exames

Outro ponto a ser considerado na slow medicine são os exames que o paciente terá que fazer. “Em alguns casos, médicos acabam pedindo uma quantidade grande de exames. Isso gera estresse no paciente. Na slow medicine, será pedido apenas aqueles exames que forem relevantes para o tratamento”, fala o cirurgião vascular.

Todavia, Fábio ressalta que a slow medicine não é contra exames. “A slow medicine pede parcimônia com os exames. Peça apenas o que for necessário, nada de excessos”.

Não existe um tempo estabelecido no relógio. A consulta leva o tempo que tiver que levar.

De igual para igual

Na slow medicine, o médico não pode se colocar em uma posição acima do paciente, como se estivesse em um pedestal, explica Fábio.

“Você tem que se colocar em uma mesma posição. Com isso o paciente estará aberto para conversar, para ouvir e entender. Você não está lá para falar apenas o que tem que ser feito. Quando o médico sabe ouvir com paciência e atenção, isso gera uma confiança muito maior. É mais fácil o paciente aderir o tratamento dessa forma”, conta.

Mesmo depois de ter ouvido toda a explicação do médico, se o paciente não desejar prosseguir com o tratamento, cabe ao médico respeitar a vontade dele e propor uma alternativa para o problema. “Se o paciente precisa de uma cirurgia e não deseja fazer, o médico tem que respeitar a vontade dele e sugerir um tratamento paliativo, para minimizar o sofrimento dele”, explica Fábio.

Família

O envolvimento de algum familiar da confiança do paciente no tratamento e na consulta é fundamental para ajudar no estreitamento de laços com o médico.

“Quando o paciente vai a uma consulta junto de alguém em que confia, ele se sente mais seguro. Eu, como médico, acolho pacientes e família. Isso também faz parte da slow medicine”, diz.

Fábio Rocha completa dizendo que hoje dedica os dias para conhecer melhor cada paciente. “Entendo suas histórias, motivações e emoções. Porque é essa escuta ativa que constrói uma relação de respeito e confiança entre médico e paciente”, diz o médico.

Fábio Rocha

Fábio Rocha segue a linha da slow medicine com seus pacientes. Ele é graduado em Medicina pela USP (Universidade de São Paulo / Ribeirão Preto) com residência médica em Cirurgia Geral, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. 

Em 2005, Fábio ingressou na especialidade que exerce até hoje: angiologia e cirurgia vascular.

Após o término da especialização, em 2009, quando já atuava como cirurgião vascular em Ribeirão Preto, desenvolveu um modelo inédito experimental de “Aneurisma de Aorta Abdominal” e recebeu um importante reconhecimento durante o “Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular”. Junto ao Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, conquistou o primeiro lugar na principal categoria de trabalhos apresentados.

Em Ribeirão Preto, atende em consultório, na Clínica Lotus, oferecendo um atendimento humanizado, eficaz e altamente especializado. Para marcar uma avaliação com o doutor Fábio Rocha, clique aqui.

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