De repente uma fisgada, uma sensação de fadiga nas pernas, perda de pelos ou unhas enfraquecidas. Esses podem ser sintomas da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP).
A doença, mais comum em membros inferiores, não tem cura, mas os fatores de risco podem ser controlados com o acompanhamento médico adequado.
Ao longo do texto, explicamos os principais sintomas, causas e tratamentos.
O primeiro passo para entender o que é a Doença Arterial Obstrutiva Periférica é compreender o que significa aterosclerose.
Aterosclerose é o acúmulo de gordura dentro das artérias, que provoca a diminuição parcial ou total do fluxo sanguíneo no ponto onde essa placa de gordura se prende.
Com a diminuição do fluxo sanguíneo pode aparecer a Doença Arterial Obstrutiva Periférica.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a DAOP tem uma frequência inferior a 2% nas pessoas abaixo dos 50 anos, aumentando para mais de 5% a partir dos 70 anos.
O tabagismo é o principal fator de risco para o aparecimento da DAOP no organismo. Contudo, existem outros fatores que devem ser considerados. Veja:
A diminuição do fluxo sanguíneo nas artérias é chamada de isquemia.
A doença arterial periférica em sua forma leve pode não apresentar sintomas ou provocar claudicação intermitente (dores intensas parecidas com cãimbras e fisgadas ao praticar exercícios como caminhadas).
Já a forma grave pode resultar em dor quando o paciente está em repouso, acompanhada de atrofia da pele (pele mais fina), queda de pelos nas pernas, unhas enfraquecidas, cianose (má oxigenação do sangue), coloração mais esbranquiçada dos membros inferiores, úlceras isquêmicas (feridas pequenas e profundas) e gangrena (morte de um tecido ou órgão do corpo).
A SBACV diz que cerca de 75% a 80% dos pacientes permanecem estáveis ou melhoram ao longo do tempo, principalmente se fizerem o tratamento adequado.
Alguns pacientes podem sofrer com a isquemia crítica. Ela acontece quando o fluxo de sangue com oxigênio e nutrientes é tão reduzido que músculos e tecidos não funcionam direito e provocam dores, mesmo em repouso, difíceis de serem controladas, ainda que com analgésicos potentes.
Além da dor e da ausência de pulsações arteriais, podem aparecer outros sintomas nas pernas e pés como palidez, úlceras (feridas), necrose (gangrena) e hipotermia (membro frio).
Nessa fase (isquemia crítica) da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, o risco de amputação do membro é maior, acontecendo com mais frequência em pacientes diabéticos.
Infarto e Acidente Vascular Cerebral são as principais causas de morte. A aterosclerose também pode aparecer em outras artérias do corpo, como no coração ou cérebro.
Sendo assim, quando diagnosticada nas pernas, ela pode indicar uma maior probabilidade da doença surgir em outras partes do organismo.
Tudo começa com uma consulta sem pressa, como as feitas por profissionais adeptos da slow medicine.
É nessa consulta que o cirurgião vascular vai entender se o paciente tem fatores de risco como pressão alta, diabetes, colesterol desregulado e o hábito de fumar, que aumentam o risco de desenvolver a aterosclerose, que por sua vez acarretará a Doença Arterial Obstrutiva Periférica.
O médico também pede exames que auxiliam no diagnóstico da doença. Um dos mais conhecidos é o índice tornozelo-braço (ITB). Nesse exame, o médico verifica a razão da pressão sistólica nas artérias dos pés e dos braços. Para isso se utiliza o aparelho portátil doppler ultrassom.
A ultrassonografia doppler é outro exame não invasivo, utilizado pelo profissional da saúde, que verifica o fluxo de sangue nas artérias e também a estrutura da parede vascular.
Ainda podem ser pedidos exames de angiotomografia computadorizada, que permite estudo com mais detalhes dos membros e angiografia digital, que mostra imagens com mais exatidão e que contribuem para um melhor entendimento da gravidade do caso.
O primeiro passo para os pacientes diagnosticados com DAOP é controlar a pressão arterial, o diabetes e os níveis de colesterol no organismo. Aqueles que fumam devem abandonar o hábito imediatamente.
Também são indicados tratamentos físicos como caminhadas por cerca de uma hora, quatro vezes na semana, ou exercícios com carga (musculação). No caso da musculação, é recomendado acompanhamento de um educador físico.
Como cada paciente é único, em alguns casos podem ser prescritos medicamentos. Mas isso quem decide é o cirurgião vascular.
Quando os sintomas não melhoram com medicamentos e exercícios, a cirurgia pode ser uma opção. Todavia, depende das condições clínicas do paciente, já que toda cirurgia implica alguns riscos.
Entretanto, se o paciente sofre com isquemia crítica e além das dores apresenta também feridas, a cirurgia é o caminho mais natural, uma vez que não tratada de forma correta, a isquemia crítica pode levar a amputação do membro.
Diante disso, visitar seu médico para realizar os exames periódicos é fundamental para garantir a saúde do organismo.
Se você apresenta algum dos sintomas ou quer esclarecer algumas dúvidas que ainda podem ter ficado, marque uma consulta que posso ajudar a compreender o que está acontecendo e indicar o melhor tratamento, se for necessário.
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