Embolia pulmonar: causas, riscos e como prevenir a doença

Negligenciar a saúde vascular ao longo dos anos traz impactos significativos no corpo humano. E entre as doenças mais comuns e preocupantes causadas pelo entupimento das veias está a “silenciosa” embolia pulmonar, resultado da obstrução das artérias do pulmão por coágulos sanguíneos, os chamados êmbolos.

Desconhecida de 78% dos brasileiros, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a embolia pulmonar, também conhecida em termos médicos como tromboembolismo pulmonar (TEP), é uma das ocorrências médicas mais graves que existem. Quando não tratada, em 30% dos casos ela causa morte súbita, um índice considerado muito alto.

Quer saber quais cuidados são necessários com a saúde vascular? Confira as informações a seguir e entenda como evitar essa doença! 

O que é embolia pulmonar?

A embolia pulmonar é um quadro vascular, onde um ou mais fragmentos de coágulos sanguíneos se desprendem das veias em que se formaram, e viajam pela corrente sanguínea até os pulmões. Em geral, ela está associada à trombose venosa profunda (TVP) nos membros inferiores.

Esses coágulos obstruem as artérias pulmonares, o que dificulta ou impede a passagem sanguínea, algo potencialmente fatal, uma vez que os pulmões são oxigenados pelo sangue transportado do coração. Em casos mais graves, essa obstrução causa uma parada cardiorrespiratória de maneira imediata.

É interessante explicar, ainda, que quadros de embolia podem afetar outros órgãos e partes do corpo além do pulmão, como o cérebro, coração, rins e membros. 

Quais as causas da embolia pulmonar?

Como esses coágulos se formam nas pernas, pessoas com imobilidade prolongada ou mobilidade reduzida – sentadas ou deitadas muitas horas diariamente –, seja em situação clínica ou cirúrgica, tem grande tendência a desenvolver a doença.  

Outros fatores de riscos consideráveis são:

  • Presença de veias dilatadas e tortuosas nos membros inferiores, as chamadas varizes, que são sinais de alterações nas válvulas venosas, dificultando o retorno do sangue de volta para o coração;
  • História prévia pessoal ou histórico familiar de trombose venosa profunda;
  • Obesidade;
  • Uso de anticoncepcionais com estrógeno;
  • Reposição hormonal;
  • Tabagismo, incluindo o uso de cigarros eletrônicos;
  • Lesão na medula;
  • Traumatismos graves;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Câncer e quimioterapia;
  • Gravidez e pós-parto;
  • Viagens prolongadas.
Quais são os sintomas da embolia pulmonar?

Quais são os sintomas da embolia pulmonar?

Os sintomas de embolia pulmonar podem variar de leves a graves, e o risco ao paciente depende do tamanho e do número de coágulos que atingem os pulmões. Ela, no entanto, é assintomática em 80% dos casos, ou seja, os pacientes apresentam pouco ou nenhum dos sintomas. 

Quando os sintomas aparecem, os mais comuns são: 

  • Falta de ar súbita;
  • Queda da pressão arterial;
  • Dor no peito;
  • Tosse repentina com sangue;
  • Batimentos cardíacos rápidos (taquicardia);
  • Sudorese;
  • Tontura;
  • Desmaio.

Como as pernas são as partes do corpo em que surgem os coágulos, mudanças de volume, cor ou temperatura dos membros inferiores também são indicadores de uma possível embolia, com sintomas como:

  • Inchaço;
  • Dor nos músculos;
  • Enrijecimento da musculatura da panturrilha;
  • Diferença de volume de uma perna em relação à outra;
  • Pé arroxeado;
  • Temperatura mais quente dos membros.

Os sinais da doença costumam aparecer em indivíduos acima de 40 anos. Mulheres a partir dos 60 anos estão no grupo de risco de desenvolver a embolia pulmonar.

Como fazer o diagnóstico?

O diagnóstico é feito com o auxílio de exames. O modo de avaliação mais indicado em suspeitas de trombose é a ultrassonografia com doppler vascular, um tipo de ultrassonografia que analisa eventuais questões relacionadas à circulação sanguínea nas partes inferiores e posteriores do corpo.

a tomografia computadorizada, um exame de imagens não invasivo, tem maior capacidade em casos de potencial mais grave de embolia pulmonar. 

Uma das principais consequências de um diagnóstico e tratamento tardio é a obstrução parcial das artérias do pulmão. Essa condição pode gerar a hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC), uma alteração que acomete de 2% a 4% dos pacientes sobreviventes e que causa perda de qualidade de vida, com sintomas que envolvem falta de ar e baixa resistência ao esforço físico.

É fundamental explicar que, caso não seja diagnosticada a tempo, são grandes as chances da embolia pulmonar resultar em insuficiência cardíaca ou, até mesmo, em morte. 

De que maneira é feito o tratamento?

Por essa extrema gravidade, é necessário atendimento de urgência logo surjam alguns dos sintomas citados. A intensidade do tratamento depende do tamanho e posicionamento do coágulo.

No tratamento inicial, são utilizados anticoagulantes e agentes que destroem o coágulo sanguíneo. O procedimento, porém, deve ser feito com acompanhamento médico, visto que existe o risco de hemorragia. 

Em casos graves com iminência de morte, a indicação é a dissolução imediata do trombo. Esse procedimento pode ser feito de duas maneiras:

  • Por infusão de medicamento endovenoso (dentro da veia);
  • Por aspiração com técnicas de cateterismo, que tem apresentado menor risco de sangramento.

Prevenir a embolia pulmonar é preciso!

Como muitos maus hábitos estão intimamente ligados aos problemas decorrentes da embolia pulmonar, é preciso adotar costumes mais saudáveis no cotidiano como maneira de prevenção.

Evitar a má alimentação, praticar exercícios físicos, interromper o tabagismo e não ficar muitas horas seguidas imóvel, sentado ou parado na mesma posição, são hábitos necessários para prevenir a obstrução das artérias e a consequente coagulação. O uso de meia elástica também é indicado para melhorar a circulação.

Fábio Rocha

Especialista em problemas vasculares, Dr. Fábio Rocha pode ajudar na prevenção e tratamento de embolia pulmonar. Agende uma consulta e faça uma avaliação médica.

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