A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que de 10% a 15% das mulheres brasileiras, com 20 anos ou mais, sofrem com varizes pélvicas.
É uma doença que nas mulheres se forma no útero, nos ovários e nos homens pode surgir nos testículos.
As varizes pélvicas podem ser extremamente desconfortáveis, causando dores intensas ou crônicas. Pode, eventualmente, ser confundida com doenças intestinais, urinárias ou endometriose.
Por isso, a importância de se procurar um angiologista ou cirurgião vascular para fazer o diagnóstico correto.
Neste texto, você vai entender o que é a doença, quais os sintomas e tratamentos.
A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular define varizes pélvicas como veias dilatadas que se formam no útero, nos ovários (varizes pélvicas) ou nos testículos (varicocele) em consequência da presença de compressão, ou obstrução na veia renal, e/ou veia ilíaca, e/ou refluxo sanguíneo nas veias gonadais e no plexo venoso pélvico.
Esse tipo de varizes podem acontecer também nos órgãos genitais, vulvares, perineais e hemorroidas.
Os sintomas mais comuns são: dores nas costas, lombares e/ou na pelve, principalmente do lado esquerdo, além de dor pélvica crônica.
As pacientes costumam se queixar também de dor durante ou após a relação sexual, cólica e aumento do fluxo menstrual.
No caso dos homens, quando essas varizes surgem na bolsa escrotal, é chamada de varicocele, e é uma das causas da infertilidade masculina.
Podem ocorrer inchaços na região pélvica tanto em mulheres quanto em homens.
Incontinência urinária também pode ocorrer. Isso porque ao dilatar de forma excessiva, órgãos como a bexiga podem ser pressionados, desenvolvendo para uma incontinência.
Além de conversar com o paciente e entender as queixas dele, o cirurgião vascular pode pedir exames laboratoriais para identificar alterações que podem estar presentes, como anemia, proteinúria, hematúria etc.
O médico pode pedir inclusive exames de imagens para complementar o diagnóstico.
No caso das mulheres, a ultrassonografia transvaginal é utilizada para verificar se existem varizes envolvendo o útero e ovários.
Já no exame ecodoppler ultrassom colorido abdominopélvico, o profissional da saúde procura identificar a presença de possíveis compressões e obstrução das veias renais e ilíacas, bem como a presença de dilatação e refluxo nas veias gonadais, nas veias ilíacas internas e no plexo venoso uterino e ovariano.
Com a angiotomografia e angiorressonância magnética, o médico confirma problemas de compressão e obstrução e pode ser útil também na determinação da melhor estratégia de tratamento.
A venografia ou flebografia é realizada por meio de injeção de contraste, por técnicas de cateterismo, no interior da luz das veias abdominais e pélvicas, e avaliação das características do fluxo e da presença de compressões e obstruções.
Por fim, a ultrassonografia intravascular é considerada o método padrão na confirmação da presença e do grau de obstrução venosa.
Os tratamentos disponíveis vão desde medicação oral, que conseguem apenas controlar os sintomas, até cirurgias, seja por técnicas de cateterismo, angioplastia e implante de stent, seja por técnicas cirúrgicas convencionais.
A embolização de veias gonadais é um procedimento minimamente invasivo. É indicada quando existem sintomas relacionados à dor pélvica ou testicular crônica, e/ou durante o ato sexual, e não existe a presença de compressões ou obstruções graves na veia renal esquerda ou ilíacas.
Ela é feita, na maioria das vezes, pela associação de molas e líquidos esclerosantes no interior do vaso doente, com o objetivo de interromper o refluxo e a hipertensão venosa responsáveis pelos sintomas.
Já a angioplastia e implante de stent em veias ilíacas têm sido usados em pacientes que possuem uma associação de sintomas abdominopélvicos (dor pélvica crônica, dispareunia), e em membros inferiores, como dor, inchaço, limitação funcional e úlceras varicosas.
A angioplastia e implante de stent em veias renais são menos utilizados. Estes procedimentos são indicados quando existe obstrução grave na veia renal esquerda associada à dor lombar, hematúria de difícil controle, alteração de função renal, associada ou não a refluxo em veias gonadais, e dor pélvica crônica e/ou dispareunia.
Outro tratamento é a injeção de líquido esclerosante. Essa técnica envolve a injeção de líquido esclerosante pela punção direta de varizes sintomáticas localizadas em região perineal, vulvar e na raiz da coxa.
Por fim, o reimplante cirúrgico de veia renal e gonadais é um método cirúrgico convencional aberto, em que os vasos comprimidos, obstruídos ou que existe refluxo são reimplantados em situação anatômica que elimine o mecanismo etiopatogênico responsável pelos sintomas, com o objetivo de restituir a normalidade do fluxo sanguíneo.
O acompanhamento e o pós-operatório são fundamentais para um bom resultado final. É indispensável a realização de exames ultrassonográficos periódicos.
No caso de implante de stent, o paciente deve fazer o uso de medicamentos antiagregantes plaquetários (ex: AAS, Clopidogrel, etc.) ou anticoagulantes que ajudam na manutenção do stent.
Lembre-se de que a melhor forma de prevenir é consultando regularmente seu cirurgião vascular e angiologista para exames preventivos. Para marcar uma consulta com o doutor Fábio Focha, clique aqui.
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